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sexta-feira, 25 de março de 2011

Um pouco da minha história

Há algum tempo atrás, quem tinha câncer e seus familiares, se autoproibiam para não falarem nem a palavra "câncer". Ela era proibida. O mesmo aconteceu com a AIDS. As pessoas não tinham coragem de nominar as doenças, elas simplesmente diziam que o doente estava com "aquela" doença. Por muito tempo, eu mesmo não falava que era obeso, que estava gordo, ou "gordinho", ou "fortinho".


Isso começou a mudar quando amigos meus começaram a me chamar desses nomes. Por serem meus amigos, alguns de infância, eu relevava essa maneira, muito embora, lá no fundo, eu me entristecia um pouco. Eu creio que eles não queriam me ofender, mas pela liberdade que tínhamos, eles não se constrangiam. Eu mesmo também brincava com a calvície de alguns, com o tamanho do nariz de outros. E assim nos divertíamos uns com os outros.


Já fiz, aos 19 anos, a dieta mais radical da minha vida. Tomei aquelas "bombas" à base de anfetamina que me tiravam o apetite e me deixavam "ligadão". Em dois meses perdi 20 quilos. Nem chiclete mascava. Segui à risca a prescrição do endocrinologista de comer muito pouco, tomar o remédio antes das refeições. Fiquei com o corpo bem magrinho. Aí começou a segunda fase da dieta: diminuir a quantidade de comprimidos e aumentar - bem pouco - a quantidade de alimentos. Não funcionou. Não tomei os remédios e voltei a engordar, para nunca mais ser "magrinho". E lá se vão 20 anos.

Tornei-me biólogo, amante de Fisiologia Humana, professor de Ciências e Biologia e sempre tive que ensinar sobre alimentação, Sistema Digestório e tendo que encarar meu tamanhp diante dos meus alunos. Sempre foi penoso ter que ensinar como evitar um comportamento errado e como adquirir hábitos saudáveis. Lembro-me que, em 2009, eu ensinava como deveria ser uma alimentação saudável e comia 30 chocolates por semana. 

Nessa época eu saía de casa para trabalhar de ônibus e passava em frente uma padaria. Lá acontecia a primeira etapa do meu café da manhã: um pão de queijo, um pão na chapa e um suco de laranja - ou um suco de uva (industrializado). Quando descia do ônibus, até chegar no colégio, passava por outra padaria e lá ia a segunda etapa do café da manhã: o mesmo cardápio, ou trocava o pão de queijo por um risole, ou esfiha, ou bauruzinho; muitas vezes trocava o suco por um refrigerante (de baixa caloria).


Na hora do intervalo no colégio comia um misto quente, ou uma mini pizza e aí mandava um refrigerante pra dentro. Acabava o período de aulas e eu ia almoçar. Prato feito na padaria, restaurante por quilo, fast-foods, churrascarias, shoppings... conheci tudo que estava ao meu alcance. Vale lembrar que nos cafés da manhã e no almoço rolava um "chocolatinho". Muitas vezes não comia nada à tarde, mas à noite, na hora do jantar, o prato estava sempre cheio.


Sempre gostei de comer, de comer muito e várias vezes ao longo do dia. Na maior rede de fast-food do planeta, invariavelmente, eu pedia "dois números x" e mais um milk-shake, sempre de 500 mL. Nunca neguei um prato de massas, pizzas, salgadinhos, pães, refrigerantes, doces, bolos, sorvetes e sempre em quantidades exageradas. Aceitava todos os convites dos meus amigos, sempre ia às festas para as quais eu era convidado e não parava de comer. Só na hora de ir embora. Perdi a conta das vezes que fui numa churrascaria e comia até não aguentar mais. Tinha que soltar o botão da calça para andar.


Só fui me segurar - um pouco - na época do casamento. Tenho 1,68m e me casei com 90 kg. Passados 5 anos de casamento atingi meu máximo de peso, 120,3 kg. Há três anos tornei-me um cardiopata, sofri algum tempo com refluxo, muitas vezes perco o sono com muita facilidade, ronco constantemente, sofro de condromalácia no joelho esquerdo, não consigo dobrar direito o pé direito para andar, canso-me com muita facilidade em qualquer lance de escada, deixei de jogar vôlei, tênis, ter prazer de pedalar e não faço mais o que mais aprendi a gostar, mergulhar. A última vez que mergulhei tive que usar 20 kg de lastro. Saí da água parecendo que tinha corrido uma maratona e nunca mais mergulhei. Isso foi em 2009 na Ilha Grande - RJ. 

Agora, março de 2011, decidi que é pra valer, que não quero mais ter o corpo que tenho. Aqui vai uma foto de como sou hoje, 25 de março de 2011.



3 comentários:

  1. Esta é a última foto neste peso!
    Tô te esperando pra academia...com alguém junto anima...tô te esprando mesmo! Vai te ajudar e me ajudar...
    Já perdi quase 5 quilos, sem fórmulas (pela primeira vez na vida).
    Te incentivo no projeto e espero teu incentivo tbemmmm!
    Que Deus nos ajude!

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  2. Marcos, conte comigo...apoio moral e quem sabe me animo também a tomar uma decisão mais radical na minha vida...

    PERDER PESO DE VERDADE E PARA SEMPRE...kkk...mudar hábitos é mesmo difícil mas não impossível.

    Beijos

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  3. Marcos, esqueci de dizer que amei sua iniciativa e que já fiz isso também, veja o blog abaixo:
    http://www.saudeeestilo.blogspot.com/

    Mas andei desmotivada mas hoje lendo o seu, resolvi atualizar...obrigada.

    Beijinhos

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